sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Capitulo VII – Manobras

Sun Tzu disse: Em operações militares, o general recebe as ordens do soberano, reúne seus exércitos, formando as unidades, e os mobiliza para confrontar o inimigo. Durante este processo inteiro nada se torna mais difícil do que lutar para colocar-se em uma posição favorável frente ao inimigo. É difícil, porque se trata de transformar um tortuoso caminho em uma estrada reta, transformar uma desvantagem em vantagem. Ele pode enganar o inimigo, levando-o a percorrer uma rota tortuosa, oferecendo vantagens fáceis; fazendo com que o inimigo chegue depois e seja surpreendido. É isto que quer dizer o artifício de "transformar um caminho tortuoso em reto". Na manobra não há só vantagens, mas também perigos. Se você se esforça para ocupar uma posição favorável em uma batalha e conduz a totalidade de suas forças, naturalmente, você terá a sua velocidade reduzida. Se, porém, você deixa para trás as suas tropas, os seus equipamentos e as suas provisões, isto estará perdido. Assim, se o seu exército, para obter uma vantagem, tivesse que recolher suas armaduras e deixar suas posições com rapidez, executando uma marcha forçada de mil li, sem parar nem de dia, nem de noite, os seus principais generais seriam capturados; os seus homens mais fortes e vigorosos chegariam primeiro, os fracos e cansados se desgarrariam. E, deste modo, só 1/10 do exército chegaria na hora certa. Se eles tivessem que correr cinqüenta li para procurar uma posição favorável, o general das vanguardas estaria perdido e só a metade do exército chegaria lá na hora certa. Se eles tivessem que correr trinta li para lutar por alguma vantagem, só 2/3 chegariam. Todo o mundo sabe que um exército será derrotado pelo inimigo se não tiver equipamentos, provisões ou material de apoio. Um chefe que não entende as intenções, os enredos e os esquemas dos príncipes dos Estados vizinhos não pode fazer em alianças com eles. Um chefe que não está familiarizado com as características topográficas das diferentes montanhas e florestas, dos terrenos sujos, e dos pântanos, não pode administrar a marcha de um exército. Um chefe que não contrata guias locais não pode obter uma posição favorável no terreno para a batalha. Portanto, em operações militares, você pode obter a vitória com estratagemas militares. Você deve manobrar para obter as condições favoráveis, para dispersar ou concentrar o exército de acordo com as circunstâncias. Assim você deverá ser: Tão rápido quanto o vento forte, ao entrar em ação; Tão estável quanto as florestas silenciosas que o vento não pode tremer, quando se mover lentamente; Tão feroz e violento quanto as chamas furiosas, quando invadir o estado do inimigo; Tão firme quanto as montanhas altas, quando estacionar; Tão inescrutável quanto algo atrás das nuvens e golpear tão repentinamente quanto trovão; Você deve dividir suas forças para saquear o território do inimigo, e posicioná-la em locais estratégicos para a defesa do território recentemente capturado. Você deve pesar as vantagens e desvantagens antes de partir para o combate. Aquele que primeiro domina esta tática obterá a vitória. Assim é a arte de manobrar os exércitos. O Livro de Administração Militar diz: "Gongos e tambores são usados em batalhas, porque as vozes não são ouvidas; bandeiras e estandartes são usados, porque os soldados não podem ver um ao outro claramente." Os fogos, gongos e tambores são, normalmente, usados como sinais em batalhas de noite. As bandeiras e os estandartes são empregados em batalhas durante o dia. O que se faz é adaptar a capacidade dos soldados para ver e ouvir. Os gongos, tambores, bandeiras e estandartes são como instrumentos para unificar o exército. Quando os soldados foram unificados, o corajoso não pode avançar só, e o covarde não pode se retirar sozinho. Esta é a regra para administrar um exército grande. Você pode desmoralizar o inimigo e fazer o seu general perder o ânimo. Normalmente, no começo de guerra, o espírito do inimigo é agudo e irresistível. Um certo período depois recusará e afrouxará. Nas fases finais da guerra, ficará fraco, e os soldados estarão sem ânimo para lutar. O chefe hábil sempre evita o inimigo quando a moral dele é alta e irresistível, e o ataca quando ele está cansado e relutante em lutar. Esta é a regra para administrar o moral. O chefe leva as suas tropas para perto do campo de batalha para esperar pelo inimigo que vem de longe; conduz as suas tropas descansadas contra o inimigo exausto, e traz as suas tropas bem-alimentadas contra os soldados inimigos que têm fome. Esta é a regra para o controle da força militar. O chefe habilidoso nunca se depara contra um inimigo que se alinha em perfeita ordem unida com bandeiras alinhadas e altas, nem ataca um inimigo com adota uma formação de batalha forte e impressionante. Isto mostra que ele tem uma compreensão clara das condições mutáveis das tácticas. Aqui estão alguns princípios das manobras militares: Nunca lance um ataque sobre um inimigo que ocupa um terreno alto; Nem invista contra o inimigo quando há colinas que o apóiam; Nem persiga um inimigo que finja retroceder; Nem ataque forças do inimigo que estão descansadas e fortes; Nunca morda uma isca oferecida pelo inimigo, nem obstrua o inimigo que se retira da frente. Para um inimigo cercado, você deverá deixar um caminho para a saída; e não pressione com muito vigor um inimigo que está acuado e desesperado em um canto sem saída. Estes são os caminhos para as operações militares.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Seguidores