quarta-feira, 29 de julho de 2009

Capitulo VI – Pontos Fortes e Pontos Fracos

Sun Tzu disse: Aquele que ocupa o campo de batalha por primeiro, e espera o inimigo, estará descansado; aquele que chega depois e se lança na batalha precipitadamente estará cansado. Assim, um general competente movimenta o inimigo e não será manipulado por ele. Apresente uma vantagem aparente ao inimigo e ele virá até sua armadilha. O ameace com algum perigo e você poderá parar. Então, a habilidade do general consiste em cansar o inimigo quando este estiver descansado; deixar com fome quando estiver com provisões; mover quando estiver parado. Um general e suas tropas podem marchar uma distância de mil "li", sem se fatigarem, porque a marcha se dá na área onde o inimigo não montou suas defesas. Se um general ataca com confiança é porque sabe que o inimigo não pode se defender ou fortalecer sua posição. Se um general defende com confiança é porque está seguro que o inimigo não atacará com superioridade de forças naquela posição. Assim, contra o especialista em ataque, o inimigo não sabe onde se defender. Por outro lado, contra um especialista em defesa, o inimigo não sabe onde atacar. Seja extremamente subtil, tão subtil que ninguém possa achar qualquer rastro. Seja extremamente misterioso, tão misterioso que ninguém possa ouvir qualquer informação. Se um general puder agir assim, então, poderá celebrar o destino do inimigo em suas próprias mãos. O inimigo não pode opor resistência o seu ataque, porque este irrompe nos seus pontos fracos. Ao recuar, o general não pode ser perseguido, porque, movendo-se tão rapidamente, o inimigo não terá condições de perseguir ou alcançar. Se nós resolvermos atacar, o inimigo não terá escolha, mesmo defendido com altas muralhas e fossos profundos, pois será compelido a lutar connosco porque atacamos onde ele deve defender. Se nós resolvermos não lutar contra ele, nós não o faremos, pois, mesmo que a nossa defesa seja apenas uma linha desenhada, nós o desviaremos para outro objectivo. Se nós conseguirmos fazer o inimigo denunciar sua posição, ao mesmo tempo em que ocultamos a nossa, podemos reunir as nossas tropas e dividir as do inimigo. Se nós concentrarmos nossas forças em um lugar, enquanto o inimigo dispersa suas próprias forças em dez lugares, então nós seremos dez contra um quando lançarmos o nosso ataque. Se nós tivermos que usar muitos para golpear poucos, então será bastante fácil negociarmos, pois o inimigo será pequeno e fraco. O lugar que nossas forças pretendem atacar não deve ser do conhecimento do inimigo. Deste modo, se ele não puder prever o lugar do nosso ataque terá que se precaver em muitos lugares e quando ele toma precauções em muitos lugares, suas tropas, qualquer que seja o local, serão pouco numerosas. Aquele que toma precaução em muitos lugares estará pouco numeroso em muitos lugares. Se o inimigo toma precauções na frente, sua retaguarda estará fraca; Se ele toma precauções na retaguarda, sua frente será frágil; Se sua esquerda estiver fortalecida, sua direita estará debilitada; Se sua direita estiver bem preparada, a sua esquerda será destruída facilmente; Se ele fortalece em todos lugares, ele estará, em todos lugares, fraco. Aquele que possui poucas forças tem que tomar precauções em todos lugares contra possíveis ataques; aquele que tem muitas tropas compele o inimigo a preparar-se contra seus ataques. Se um general sabe o lugar e a hora de uma batalha, ele pode conduzir as suas tropas para até mil li, mesmo para uma batalha decisiva. Se ele não sabe nem o lugar, nem a hora de uma batalha, então o seu lado esquerdo não pode ajudar a sua direita e a ala direita não pode salvar a esquerda; a tropa da frente não pode auxiliar a tropa da retaguarda, nem a tropa da retaguarda pode ajudar a tropa da frente. E assim será, não importando se as tropas estejam a poucos li ou a dezenas de li. Na minha opinião, embora as tropas (inimigas) do Yue sejam muito numerosas, de que forma isto poderá ajudar a obter uma vitória contra nós? Eu digo que a vitória pode ser criada. Até mesmo se as tropas do inimigo forem muitas, nós podemos achar um modo de tornar impossibilitadas de lutar. Considere e analise a situação do inimigo e onde ele deseja batalhar, assim, você pode ter uma compreensão clara das suas hipóteses de sucesso. Determine os seus padrões de ataque e de defesa, descubra os seus pontos vulneráveis. Contando o número dos soldados e de cavalos, você pode saber o valor das forças e as insuficiências que ela apresenta. Realize escaramuças para determinar onde o inimigo é forte e onde ele é vulnerável. O mais elevado dom da arte militar de enganar o inimigo é esconder suas intenções. Assim, mesmo os espiões mais penetrantes do inimigo não poderão espionar e, nem sequer o homem mais sábio poderá conspirar contra você. Mesmo que você torne público o posicionamento estratégico que o levou às vitórias, elas não serão compreendidas. Embora todo o mundo saiba suas tácticas vitoriosas, jamais conseguirão aprender como você foi chegou a definir a posição vantajosa que o levou a vitória. Portanto, as vitórias em batalha não poderão, jamais, serem repetidas. As circunstâncias de cada combate são mutáveis e exigem uma resposta própria e particular. Tácticas militares são como água corrente. A água corrente sempre se move de cima para baixo, evita o terreno alto e flui para o terreno baixo. Assim, são as tácticas militares, sempre evitam os pontos fortes do inimigo e atacam os seus pontos fracos. Assim como o rio altera o seu curso de acordo com os acidentes do terreno, o exército varia seus métodos de obter a vitória de acordo com o inimigo. Portanto, o modo de lutar nunca permanece constante, assim como a água nunca flui da mesma maneira. Aquele que dirige as operações militares com grande habilidade pode obter a vitória empregando tácticas apropriadas de acordo com as diferentes situações do inimigo. Tal qual os cinco elementos, onde nenhum é exclusivamente predominante, as quatro estações, das quais nenhuma dura para sempre; os dias que são ora longos, ora curtos; e a lua, que ora cresce e ora mingua. A filosofia chinesa clássica enumera como os cinco elementos: Metal, Madeira, Água, Fogo e Terra, representando os cinco estados de forças de expansão ou condensação.

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